O que é o amor? Ou ainda, o que é a paixão? Às vezes
penso que ambos não podem se separar em momento algum, é como se fossem irmãos
gêmeos e inesperáveis, com a aparência semelhante, mas com essências completamente
opostas.
Acho que essa foi a comparação mais parecida
que me ocorreu até agora. E tudo bem, deu pra entender um pouquinho. A verdade
é que a gente às vezes passa uma vida toda buscando respostas para coisas
inrrespondidas, se é que existe esse termo.
Uma das minhas grandes dificuldades e que me
renderam boas sessões na terapia, é o fato de que eu não conseguia conceber a
ideia de que um relacionamento pudesse existir sem os atos insanos e imaturos
da paixão. Até que um belo dia o meu dever foi responder a seguinte pergunta: “amor
e paixão são iguais?”.
Confesso que fiz uma breve pesquisa de campo
com alguns amigos e, por unanimidade, a resposta foi: NÃO! Mas, a teimosia do
meu emocional não queria aceitar isso. Ora, mas parece que temos uma batalha
interna do coração com o cérebro!!!
Não é novidade que essa batalha existe em todo
e qualquer ser pensante, mas quando o dilema de que amor e paixão devem ou não
andar juntos a VIDA TODA aparece... os divertidamente entram em conflito.
Fato é que há uma linha tênue entre a razão e a
emoção, e eu sei a calmaria da relação será SUFICIENTE e que eu não preciso ter
sempre ao meu lado (ou dentro de mim) o fogo consumador da paixão, aquele que
te faz perder o senso das coisas, que te faz andar a pé do Rio a Salvador, tomar
banho gelado no inverno e dançar tango no teto.
Para os amantes do caos e aos sensíveis à arte
de ser humano, vale a reflexão: a paz, a calmaria, a facilidade e a
tranquilidade são ingredientes indispensáveis e suficientes. O amor sobrevive
ao caos quando se escolhe amar, a paixão não é capaz de sobreviver a isso.
Se no fundo procuramos estabilidade (emocional,
profissional, pessoal, espiritual, financeira...) temos que nos acostumar a
ela. Acostumar e saber que a paz vem de dentro e que nada e nem ninguém pode
ser capaz de nos trazer a felicidade.
Somos seres inteiros, integrais e racionais, e
o que nos faz humanos é exatamente isso, entender que os anos passam, os medos
somem, as buscas mudam, mas que acima de tudo temos, agora, a maturidade de
encontrar dentro de nós o que sempre procuramos no outro.
“É sobre isso e tá tudo bem” nunca representou
tanto a conclusão para esse texto, pois realmente está tudo bem querer ter a sorte de um amor tranquilo. Com sabor de fruta
mordida.